Petrobras convoca empresários a participar do Prominp

O empresariado precisa se unir ao governo, à Petrobras e às associações de classe, investindo na capacitação de mão-de-obra para o setor de petróleo e gás. Esse foi o apelo praticamente unânime dos conferencistas do workshop "Os desafios para a indústria nacional frente às demandas do setor de Petróleo e Gás", realizado pelo Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural) nesta quarta-feira, no auditório do BNDES.

Falando para uma platéia lotada, o gerente executivo de Exploração e Produção Pré-Sal da Petrobras, José Miranda Formigli Filho, afirmou que "o empresário brasileiro não pode correr atrás da mão-de-obra somente na hora em que estiver com o contrato na mão. Precisa, desde já, somar esforços e recursos, de forma a garantir que terá pessoal qualificado para executar seus contratos".

O executivo lembrou que o mercado de petróleo e gás está aquecido e as condições macroeconômicas são muito favoráveis à expansão projetada até 2012, o que representa uma garantia adicional aos negócios futuros no setor.

O gerente executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro José Barusco Filho, lembrou que a revisão do Plano Estratégico da Petrobras 2009-2013, que será concluída em agosto e divulgada em setembro, vai incluir investimentos futuros em refinarias e na estruturação do Plano de Desenvolvimento Integrado do Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos, o que representará um impulso significativo em recursos e na demanda futura por máquinas, equipamentos e pessoal. "O mercado tem que estar capacitado para absorver essa nova demanda. Os contatos com federações de indústrias, com entidades como a Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo) e com instituições de ensino, como o Senai, já estão em curso. As empresas serão bem-vindas".

Qualificação

A preocupação com a formação de mão-de-obra para a indústria de petróleo e gás pode ser comprovada com os resultados dos três ciclos de seleção pública para cursos de qualificação do Prominp. No primeiro, foram preenchidas apenas 7.267 das 12.900 vagas oferecidas. No segundo, havia 22.748 vagas, mas apenas 14.755 candidatos foram aprovados. No terceiro ciclo, recém-concluído, houve recuperação, embora ainda insuficiente para preencher os cursos disponíveis. Ainda serão realizados dois ciclos de qualificação.

Todos os cursos do Prominp são gratuitos. Eles capacitam profissionais com escolaridade do nível básico ao superior. O aluno que comprovar desemprego por ocasião do curso recebe bolsa-auxílio de R$ 300 (básico), R$ 600 (médio e técnico) e R$ 900 (superior). O total de vagas previstas, até o momento, para os cinco ciclos, é de 112 mil.