sábado, 30 de agosto de 2008

Lobão pedirá mais prazo para debater exploração do pré-sal


Brasília, 28/08/2008 - 12h22 - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta quinta-feira (28), ao chegar à reunião do CDES (Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sobre investimentos no país, que pedirá ampliação do prazo de 60 dias dado à comissão interministerial que analisa um novo marco regulatório para exploração de petróleo na camada pré-sal.


Está marcada para hoje a última reunião de análise de modelos de exploração de outros países. Após isso, a comissão começará a montar as propostas que serão levadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


"Será um leque de opções. Estamos pensando em fazer uma lista para entregar. E a decisão caberá a ele", disse o ministro, que afirmou precisar de pelo menos mais dez dias. O previsto era encerrar os trabalhos em 16 de setembro e entregar o relatório dia 19.


De acordo com o ministro, a intenção é apresentar ao presidente um leque de opções para que a partir daí ele possa decidir pelo melhor modelo. Segundo Lobão, a última reunião do grupo, que foi formado após a descoberta da camada pré-sal, deve ocorrer ainda hoje.


Integram o grupo interministerial o próprio Edison Lobão, a ministra Dilma Rousseff, e os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Planejamento, Paulo Bernardo, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.


Investimentos


Na mesma reunião, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli (foto), informou que a estatal vai investir US$ 112,4 bilhões entre 2008 e 2012 dentro e fora do país. Tal montante não considera, no entanto, o dinheiro que será necessário para explorar as reservas de petróleo na camada pré-sal, que vai exigir muito mais investimentos. Segundo o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, apenas na reserva de Tupi, onde já há dois poços perfurados, a capacidade estimada é de 5 bilhões a 8 bilhões de barris. Esse volume representa, em média, quase metade das reservas brasileiras totais hoje, que são de 14 bilhões de barris. Há ainda outros sete poços já perfurados.


"Os volumes encontrados provavelmente serão volumes muito grandes e vão exigir uma adaptação especial. Não poderemos persistir com essa tecnologia conhecida e teremos de evolui para viabilizar a produção nessa região", disse o presidente da estatal durante apresentação no CDES (Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sobre investimentos no país.
A área do pré-sal possui 112 mil quilômetros quadrados, sendo que 38% dessa área já foi concedida exploração. O governo ainda irá licitar a exploração de outros 62% dessas reservas. A Petrobras tem uma participação equivalente a 31% da área total do pré-sal. O restante está com empresas privadas.


Gabrielli não deu números sobre os investimentos que serão necessários nessa exploração. Disse apenas que o pré-sal vai exigir "muito mais" que o realizado até hoje. "Para tirar esse petróleo precisamos de muito investimento, muita tecnologia e muita capacitação. Com o pré-sal esses números serão muito maiores", afirmou.

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